Quando o Corpo perde os Sentidos...

Quem é esse ser que me arrebata a noite?
Que destrói meus dias construindo sonhos.

A minha mão toca a sua e o mundo se desfaz.
Se desmancha perante meus olhos,
Como peças empilhadas que caem.

Quem é essa, que não me olha nos olhos?
E quando olha meu coração acelera.
A vida vira simples coadjuvante,
Da estrela principal que é ela.

Não escuto sua voz,
Como algo que não me é permitido.
Não sou digno da voz de um anjo,
Não sou digno da vida dos deuses.

Seus lábios como sonhos do paraíso
Me são negados por um amor de vida,
Por uma dor de morte.

Mas tão forte quanto a morte é o amor,
Quanto melhor é teu amor do que o vinho
Sunamita de Salomão.

Se um dia os cânticos dos deuses permitirem
O toque de sua pele,
O deleite de seus lábios,
O gosto da sua boca.

Meus serão
O sono de seus sonhos
E os sonhos nos seus seios,
O avistar do paraíso
E a contemplação da face de Afrodite.

Teu não é o meu corpo,
E minha tu não és.
Mas há um segundo
Entre a vida dos mortais,
Que a eternidade passará entre nós.

Na explosão de um beijo,
Entre Eros e Psiquê,
Não deverá haver
Outra felicidade.

Os que esperam a vida após a morte,
Perdem a oportunidade da vida,
De se comparar com os deuses
Em momentos de amor.

Só nos é permitida uma forma
Da mais pura felicidade,
São de momentos em momentos
Que subimos ao céu
E avistamos o nirvana.

Desenhei para ti
Minha mão num papel,
Ali está minha alma,
Ali estou eu.

Se a vida desfilar
Em um penhasco entre nós,
O amor será a eterna ponte
Que me levará até você.

E ainda que a morte me separe de ti,
A vida terá sido
A expressão do amor.

Teus cabelos
Jogados em tranças
Serão cordas a sustentar
A esperança de tê-la.

Enquanto isso
As flores dos seus caminhos
Que espelham sua face
Trazidas pelo vento
Acariciarão minha alma.

O amor é assim,
Duro de sentir,
Triste pra expressar,
Fácil de falar,
Difícil de conceituar,
Mas...
Muito bom de se amar.

By Meier